ALBERTINO BRAGANÇA PREPARA OBRA SOBRE PROVÉRBIOS SÃO-TOMENSES

Albertino Bragança, continua a sua missão de incentivar e promover a língua nacional. O escritor são-tomense, anunciou em entrevista à RSTP a realização de um trabalho conjunto com a doutora Fernanda Pontífice Malapenteme. O objetivo é publicar este ano um novo livro sobre provérbios são-tomenses onde tenciona revelar “pelo menos 400” dos 800 que já reuniu. O Escritor defende que são “necessários cursos para motivar o interesse dos jovens pela leitura e pela escrita”, sobretudo “num país onde não há livrarias, nem jornais impressos”. Albertino Homem dos Santos Sequeira Bragança nasceu em São Tomé e Príncipe, a 9 de Março de 1944, tendo aí realizado os ensinos primário e secundário até 1963. Incentivado pelo seu avô Albertino Pires dos Santos, cedo ganhou o amor pelos livros que continua a desenvolver no Liceu onde foi aluno do Professor Montenegro, conhecido pelo seu rigor e exigência. Frequentou a Faculdade de Ciências, na Universidade de Coimbra, em Portugal, entre 1964 e 1969. Destacou-se no mundo do futebol, onde é popularmente apelidado de “Doutor”. Foi atleta do Sporting Clube de S. Tomé. Em 1976, enquanto treinador/jogador, da seleção nacional, esteve presente no Torneio da África Central, em jogos com o Gabão, Congo e o Ruanda. Comandou também a seleção nacional na deslocação à República da China, em Agosto de 1978. Durante 17 épocas como jogador representeou além do Sporting Clube de S. Tomé as cores do Futebol União de Coimbra (Portugal), Desportivo de Torres Novas (Portugal) e o Vitória de Riboque em S. Tomé e Príncipe. Regressado ao país após a independência, a par dos diversos cargos diretivos a nível da educação, dedicou-se a uma intensa atividade cultural. Exerceu, a partir de 1991, importantes funções partidárias, governativas e parlamentares e desempenhou o cargo de ministro da Educação e Cultura. Foi eleito Vice Presidente na Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe. Em 1985 organiza, com a poetisa Alda do Espírito Santo e um grupo de jovens dedicados às artes e letras de S. Tomé e Príncipe, a União Nacional de Escritores e Artistas de S. Tomé e Príncipe. Publicou os livros Rosa do Riboque e Outros Contos (1997), Um Clarão sobre a Baía (2005), Aurélia de Vento (2011), Preconceito e Outros Contos (2014), sendo a sua última obra publicada em 2017, Ao Cair da Noite. De acordo com Inocência Mata, nas narrativas do autor existe uma constante representação “das complexas relações humanas dos marginalizados e dos seus hábitos decorrentes de uma mundividência comunitária que revelam os seus códigos e valores éticos, morais e os seus usos e costumes”. Em 2021, foi-lhe atribuído o “Prémio Guerra Junqueiro da Lusofonia”. Foi também homenageado em 2024 pelo governo são-tomense na abertura oficial da 13ª reunião oficial dos ministros da cultura da comunidade realizada nesse ano em S. Tomé e Príncipe.