UMA LISBOA PARA TODOS E DE TODOS OS LUGARES EM DEBATE

Lisboa, 3 Junho 2025 – Uma cidade inclusiva, com a capacidade de acolher e integrar quem a escolhe para viver, estudar ou trabalhar, foi o tema da conferencia “De todos os lugares, uma só cidade”. O evento realizado no Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL), no passado dia 3 de Junho, contou com a presença de representantes do governo, autarcas, líderes associativos e especialistas em integração. O ministro da presidência do conselho de ministros António Leitão Amaro, abriu a sessão e explicou que dos 446 mil processos pendentes de manifestações de interesse existentes há um ano, cerca de 170 mil foram extintos por falta de resposta dos requerentes e 35 foram recusados. No entanto, quem viu o seu processo aprovado tem direito a pedir o reagrupamento familiar. O ministro acrescentou que é necessário “reforçar o acompanhamento aos alunos nas escolas e o acesso ao Serviço Nacional de Saúde português, com apoio a quem não fala a mesma língua e reforçar a oferta de habitação”. As políticas e práticas de acolhimento e integração foram o tema do primeiro painel, composto por César Teixeira, vogal do Conselho Diretivo da AIMA – Agência para a Integração, Migrações e Asilo, Rita Prates, vice-provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Miguel Soares, diretor do Departamento para os Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, e Madalena Natividade, presidente da Junta de Freguesia de Arroios. O segundo painel, enfatizou a necessidade de incentivar a participação na construção de uma Lisboa para todos. Foram também abordados projetos e experiências de base comunitária com Liliana Valpaços, cofundadora e diretora executiva do Projeto Mundo Nôbu, Constança Turquin, consultora e coordenadora de projetos na associação NIALP – Associação de Imigrantes do Nepal, e Celso Soares, representante da Culturface -Associação Cultural Para o Desenvolvimento. A sessão de encerramento, ficou a cargo do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que defendeu estarmos numa tempo em que Lisboa se afirma como cidade global e como ponto de encontro de múltiplas culturas. Acrescentado que “esta conferência constitui uma oportunidade para refletir sobre os desafios e soluções que permitirão torná-la uma cidade para todos”. Recordamos que na passada semana a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), avisou que o número de estrangeiros a residir em Portugal vai aumentar com os pedidos de reagrupamento familiar de quem ficou regularizado. Sobre este aumento o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que “precisamos de moderação também na solução”, e acrescentou “temos muito para fazer nas regras, na regulação e no controlo de quem chega”. Leitão Amaro salientou ainda que “o reagrupamento familiar contribui para a integração dos imigrantes porque dá mais estabilidade às pessoas”. Nos últimos 10 anos, o número de estrangeiros em Portugal quadruplicou, passando de 400 mil para 1,6 milhões. Os 250 mil imigrantes em vias de regularização através manifestações de interesse e os 210 mil com visto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) passam a ter direito ao reagrupamento familiar.