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Editor: Celso Soares | Director : Paulo A. Monteiro

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PORTUGAL ENTRE OS PAÍSES EUROPEUS ONDE A IMIGRAÇÃO TEM IMPACTO ECONÓMICO MAIS POSITIVO

Reportagem Especial

Lisboa 5 de Dezembro de 2025 – Num momento em que a Europa discute de forma intensa os desafios e oportunidades associados à imigração, Portugal destaca-se como um exemplo raro de consenso: a presença de cidadãos estrangeiros no país tem impactos económicos amplamente positivos. De acordo com análises de institutos nacionais e organizações europeias, Portugal está entre os Estados onde a imigração mais contribui para o crescimento, a sustentabilidade das contas públicas e a vitalidade do mercado de trabalho.

Num contexto marcado pelo envelhecimento demográfico e pela escassez de trabalhadores, a imigração tornou-se não apenas uma necessidade, mas um pilar central da estratégia económica do país.

Mercado de Trabalho: O Papel Essencial dos Imigrantes em Setores Estruturais

A economia portuguesa tem enfrentado, nos últimos anos, uma carência crescente de mão de obra. De norte a sul, empresas procuram trabalhadores para responder à procura em setores que sustentam o crescimento nacional.

A construção civil, a agricultura, a restauração, a hotelaria e os serviços de cuidados pessoais dependem hoje fortemente de trabalhadores estrangeiros. No setor tecnológico, por sua vez, Portugal tem atraído talento internacional que preenche lacunas altamente especializadas.

Empresários revelam que, sem a presença de trabalhadores imigrantes, muitos projetos seriam impossíveis de executar. Em algumas regiões, sobretudo no interior, os trabalhadores estrangeiros garantem a sobrevivência de explorações agrícolas e pequenas empresas.

Contribuições Positivas para a Segurança Social: Um Saldo que Contraria Mitos

Contrariando discursos que associam imigração ao aumento da despesa pública, os dados mostram que a presença de imigrantes é altamente benéfica para as contas do Estado.

As contribuições dos trabalhadores estrangeiros para a Segurança Social continuam a superar largamente os apoios que recebem, resultando num saldo financeiro positivo anual. Esta diferença tem sido crucial para sustentar um sistema pressionado pela diminuição da população ativa e pelo aumento do número de pensionistas.

Especialistas sublinham que, sem imigração, a sustentabilidade do sistema de pensões estaria seriamente comprometida. Em termos demográficos, Portugal necessita de mais jovens trabalhadores — e a imigração tem sido a principal resposta a essa necessidade.

Um País Cada Vez Mais Empreendedor — Graças Também aos Estrangeiros

A imigração está também a dinamizar o tecido económico português através do empreendedorismo. Pequenos negócios de proximidade — desde mercearias a salões, restaurantes, serviços de reparação e cuidados — têm sido abertos por cidadãos estrangeiros, revitalizando centros urbanos e bairros que estavam em declínio.

Ao mesmo tempo, profissionais altamente qualificados de países diversos têm contribuído para a emergência de startups na área tecnológica, reforçando a posição de Portugal como um destino atrativo para inovação e investimento.

Este dinamismo económico tem criado emprego, diversificado a oferta de serviços e trazido novas ideias e práticas empresariais ao país.

Integração Como Pilar de Sucesso: Políticas Públicas que Fazem a Diferença

Portugal tem sido reconhecido internacionalmente pelas suas políticas de integração relativamente abertas e inclusivas. Iniciativas de aprendizagem da língua portuguesa, programas municipais de apoio a imigrantes e serviços públicos especializados contribuem para uma integração mais rápida e eficaz.

Esta valorização do acolhimento facilita o acesso dos imigrantes ao emprego, à educação e à participação cívica, maximizando os benefícios económicos e sociais da imigração.

Organizações internacionais apontam o modelo português como exemplo de boas práticas na área da integração.

Demografia: Transformar um Problema Numa Oportunidade

Com uma das populações mais envelhecidas da Europa e uma taxa de natalidade persistentemente baixa, Portugal enfrenta desafios profundos no seu futuro demográfico.

A imigração surge como uma oportunidade estratégica para rejuvenescer o país, equilibrar a população ativa e garantir mão de obra para setores estruturais da economia. Em muitas localidades, sobretudo fora dos grandes centros urbanos, a chegada de famílias estrangeiras tem contribuído para manter escolas abertas, revitalizar comércio e evitar a desertificação populacional.

Imigração como Motor de Desenvolvimento Sustentável

Num continente marcado por debates polarizados sobre fronteiras e acolhimento, Portugal destaca-se como um caso de estudo sobre os efeitos positivos da imigração. Os números, as análises e os exemplos concretos convergem: os imigrantes são uma força económica essencial no país.

Contribuem para setores-chave, garantem o equilíbrio da Segurança Social, dinamizam a economia através do empreendedorismo e ajudam a enfrentar a crise demográfica.

O desafio, agora, será manter políticas de integração eficazes e assegurar uma gestão equilibrada da imigração, de modo a transformar este fenómeno contínuo num motor de desenvolvimento sustentável — capaz de beneficiar toda a sociedade portuguesa.

Dados estatísticos sobre imigração e impacto económico em Portugal

No final de 2024, viviam em Portugal cerca de 1.546.521 cidadãos estrangeiros legalmente residentes — número que, segundo relatório da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), poderá ascender a cerca de 1,6 milhões após regularização de processos pendentes.

Esse contingente de estrangeiros representa aproximadamente 14 % da população residente no país.

A população nascida no estrangeiro — ou seja, imigrantes — correspondeu em 2023 a cerca de 11,7 % da população total de Portugal (OECD).

Em termos de mercado de trabalho: os imigrantes representam uma parte significativa da força ativa que contribui para o emprego formal. Dados apontam que, entre 2017 e 2022, o número de estrangeiros em emprego formal — e por isso a descontar para a Segurança Social — subiu de cerca de 166.000 para 534.000.

No primeiro trimestre de 2025, os trabalhadores imigrantes contribuíram conjuntamente para cerca de 17 % das pensões nacionais, o que evidencia a relevância das suas contribuições para a sustentabilidade do sistema de previdência social.

Também no primeiro semestre de 2024, os imigrantes registados contribuíram com mais de 2,6 mil milhões de euros para a Segurança Social, reforçando o saldo positivo entre contribuições e benefícios recebidos.

O que significam estes dados — e por que reforçam o impacto positivo

O facto de haver cerca de 1,5 a 1,6 milhões de estrangeiros a residir legalmente em Portugal demonstra que a imigração assume proporção estrutural e não apenas conjuntural, o que contribui para a diversidade demográfica e para a reposição da população ativa em idade de trabalhar.

O crescimento significativo dos imigrantes em emprego formal (mais de 500 mil) mostra que muitos estão integrados no mercado de trabalho — o que ajuda a preencher lacunas em sectores com carência de mão de obra, anima a economia e alivia desequilíbrios demográficos.

As contribuições dos imigrantes à Segurança Social e ao sistema de pensões (17 % das pensões financiadas por contribuições de estrangeiros, 2,6 mil milhões de euros em 2024) indicam que a imigração não representa um peso para as contas públicas — antes pelo contrário, é um fator de consolidação da sustentabilidade social.

A presença estável e crescente de residentes estrangeiros amplia o potencial de consumo, empreendedorismo e diversificação profissional — o que ajuda a renovar o tecido económico e social do país.

Limites e contextos a considerar

Ainda que os dados apontem para benefícios claros, é importante lembrar que:

Parte da população estrangeira pode estar em situação de irregularidade — o que dificulta sua integração plena no mercado formal e nas estatísticas oficiais.

Nem todos os imigrantes estão em idade ativa ou inseridos em emprego formal: há variação por nacionalidade, idade, qualificação e contexto migratório.

A sustentabilidade dos ganhos depende de políticas de integração eficazes, regulação do trabalho e acesso aos serviços públicos, para evitar exclusões e vulnerabilidades.

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