A Marcha da Liberdade que envolveu a participação em massa da população juvenil santomense e contou a participação de Carlos Vila Nova e Patrice Trovoada, respectivamente, Presidente da República e o Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe, culminou com o Ato Central no dia 3 de Fevereiro, alusivo ao Massacre de Batepá, em 1953, em São Tomé e Príncipe.
A iniciativa assinala os 71 anos de história de massacres no Arquipélago, permitiu a especial atenção de dois dos 6 sobreviventes do fatídico Massacre de 1953, onde muitos filhos são-tomenses perderam a vida através de tortura em consequência do trabalho forçado e da escravatura.
Durante a intervenção de Carlos Vila Nova, o Presidente da República disse que “3 de Fevereiro foi o culminar de um conjunto de ações trouxeram o sofrimento, é parte da nossa história e não podemos renegá-la e nós não podemos renega-la”
O Massacre de Batepá, é uma história que não tem registo exacto do número de mortes. Mas, estima-se nas centenas os são-tomenses que sucumbiram por causa da tortura executada pelo regime colonial durante o mês de Fevereiro de 1953.
Os forros (nativos), principalmente os residentes na antiga Vila da Trindade e nos arredores do Distrito de Mé-Zochi, foram os que mais resistiram à pressão orquestrada pelo Governador Carlos Gorgulho, para trabalharem como contratados nas roças de cacau e café, ou então nas obras públicas.
Segundo os relatos da época, o Massacre de Batepá deveu-se á Carta dos naturais de STP enviada a 30 de Setembro de 1950 para o Ministro do Ultramar, dando conta de injustiças praticadas por Carlos de Sousa Gorgulho contra a população nativa, o que enfureceu fortemente o então Governador.
Além do descontentamento e tensão provocada na população forra pela entrevista ao jornal Voz de S. Tomé dada pelo Inspector da Curadoria Geral dos Serviçais, Franco Rodrigues, dada em 8 de Janeiro, numa tentativa de promover o equilíbrio social colocando no mesmo patamar forros os, angolares, minuiês e serviçais contratados das roças, prenunciando o advento do contrato para todos. De recordar que perante o cidadão forro, a designação “contratado” tem o carácter bastante pejorativo.
Considerando história como o elemento interpretativo da dinâmica do passado, do presente e do futuro, fica o registo de memória que motivou o Ato Central na Praia de Fernão Dias, onde está situado o Monumento que simboliza os mártires do Massacre de 1953 em São Tomé e Príncipe.
Na iniciativa presidida por Carlos Vila Nova, participaram também o Patrice Trovoada, Primeiro-Ministro entre os Membros do Governo, Corpo Diplomático acreditado em São Tomé e Príncipe, Chefias Militares e demais Órgãos de Soberania do País.