Magazine

Conte-nos

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Magazine Santomensidade

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

“Olhar de fora”

São Tomé e Príncipe: País de potencialidade turística Imensurável

São Tomé e Príncipe é um destino turístico de excelência, com recursos ainda por lapidar. Importa tirar do papel e passar à execução a estratégia nacional para o desenvolvimento do setor turístico, devendo estar nela subjacente a política de valorização do nosso património cultural e de defesa da sustentabilidade ambiental.

Quando miúdo de idade ingénua, que percorria as ruas floridas e asseadas de São Tomé, não estava ainda imbuído de capacidade para perceber a essência e o valor das coisas. Mesmo quando já na idade de adolescência, entre os meus 15 e 18 anos de idade, não tinha a perceção e lucidez da grandeza turística das nossas ilhas, hoje consideradas pérolas no meio do Atlântico.

Só depois de sair do país e passar a viver no exterior, a partir dos anos 90, fui percebendo com olhar de fora qual o real potencial turístico de São Tomé e Príncipe, não a pensar apenas no turismo de sol e praia. Não há dúvida que, de norte a sul daquele pedaço de terra dividido em duas ilhas principais e ilhéus de vários tamanhos, estamos perante um paraíso natural e virgem com muito para oferecer.

Vezes sem conta escrevi sobre o tema como jornalista. E admiti que muito ainda há a fazer para tirar partido desse potencial do arquipélago situado na Linha do Equador, a poucas milhas do continente mãe: África. Na minha recente viagem a São Tomé, essa perceção ganhou novos contornos e certezas, embora seja ainda necessário limar muitas arrestas, criar infraestruturas apropriadas e serviços com gente abnegada e qualificada, que possam fazer do turismo uma das fontes de receita, preservando o que de bom tem a natureza.

O valor económico e social, que representam as antigas roças de cacau, café e coco, não está a ser devidamente equacionado para lá das muitas boas intenções e pistas apontadas por alguns estudos académicos ainda retidos na gaveta dos decisores políticos. É preciso ir mais além, transformando aqueles pólos turísticos numa mais-valia a favor de uma melhor qualidade de vida para os são-tomenses.

Mais ousadia a “vender” STP

A exuberância da nossa paisagem natural – tanto na ilha de São Tomé como na do Príncipe, reserva mundial da biosfera – é uma matéria-prima inquestionável, que vi muitas vezes exibida em feiras como a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). Mas tal valência por si só não incrementa o desenvolvimento do turismo.

É preciso “arrumar a casa”, colocar cada coisa no seu devido lugar, preparar os recursos humanos e transformar esse potencial em riqueza, mas de forma inteligente e sustentada, se necessário com o suporte financeiro de parceiros externos.

Vem aí a próxima edição da BTL – um espaço de inovação e de oportunidade de negócios para os expositores. Acredito que as entidades competentes são-tomenses têm já devidamente planeada a presença e a participação de São Tomé e Príncipe no referido evento, entre outros que acontecem na Europa. “Roma e Pavia não se fizeram num [só] dia”, mas sinto que falta mais ousadia dos nossos operadores, falta “vender” melhor o nosso exotismo.

Não basta exibir o nosso folclore

Não basta alugar uns metros quadrados no pavilhão da feira para expor brindes ou folhetos ou brochuras e distribuir cartões de visita, dentre o que temos para oferecer sobretudo ao turista estrangeiro. Não basta exibir a magia do nosso folclore cultural ou a opulência do Pico Cão Grande (em São Tomé) ou do Boné de Jockei (no Príncipe). Antes do mais, importa tirar do papel e passar à execução a estratégia nacional para o desenvolvimento do setor turístico, devendo estar nela subjacente a política de valorização do nosso património cultural, arquitetónico e de defesa da sustentabilidade ambiental.

Acho que, no contexto da BTL e de outros certames internacionais do género a ter lugar em 2024, faz todo o sentido os agentes e parceiros (políticos, económicos e culturais) refletirem sobre o destino a dar à atividade turística na atual conjuntura de crises em várias regiões do mundo. Esta necessidade de reflexão deve incorporar e encarar os inúmeros desafios que estes novos tempos nos impõem, sob pena de perdermos a carruagem e ficarmos bem lá na cauda do progresso.

Vamos lá mudar de paradigma porque há vários exemplos que confirmam que, afinal de contas, podemos fazer melhor!

Autor: João Carlos, Jornalista

2 respostas

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Como podemos ajudar?

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Menu

Social