Hangzhou, China, 27 Setembro 2025 – São Tomé e Príncipe vê a totalidade do seu território classificado como Reserva Mundial da Biosfera. O país tornou-se assim o primeiro no mundo a ser totalmente abrangido por uma Reserva da Biosfera, depois de, em 2012, já terem sido calssificadas a ilha do Príncipe e as ilhotas circundantes.
A decisão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), foi anunciada após o Congresso Mundial de Reservas da Biosfera, que decorreu durante a passada semana em Hangzhou na China. A organização acrescentou ainda mais tês países lusófonos, Angola, Guiné Equatorial e Portugal à lista de 26 novos locais em 21 países.
A Reserva da Biosfera da Ilha de São Tomé cobre quase 1.130 quilómetros quadrados de picos vulcânicos, florestas tropicais e paisagens agrícolas férteis.
As zonas de proteção marinha classificadas pela organização da ONU, incluem ilhéus como o das Cabras, o de Santana e o das Rolas, “que abrigam recifes de coral, colónias de aves marinhas e praias de nidificação de tartarugas”.
A UNESCO, menciona no comunicado da decisão que, “cerca de 130.000 habitantes estão envolvidos em atividades profundamente ligadas à terra e ao mar”, apresentando o ecoturismo como uma oportunidade de crescimento. O “cacau orgânico de renome mundial de São Tomé, é apontado como um símbolo do legado agrícola e do conhecimento transmitido através das gerações”.
A organização conclui que, a Reserva da Biosfera da Ilha de São Tomé, “protege um património natural e cultural insubstituível através da participação da comunidade, uso sustentável da terra e conservação”.
Por seu lado Angola, viu reconhecida a Quiçama, como reserva da biosfera. O território abrange cerca de 206 quilómetros da costa atlântica, ao sul de Luanda. Com 33.160 quilómetros quadrados, a reserva da Quiçama “não só conserva a biodiversidade costeira e marinha única, mas também fortalece a resiliência climática e a identidade cultural unindo pessoas e natureza numa visão partilhada de paz e sustentabilidade”, pode ler-se no comunicado.
Já a Guiné Equatorial, viu reconhecida a Reserva da Biosfera da Ilha de Bioko, a quarta maior ilha de África, com uma área superior a 2.000 quilómetros quadrados, que alberga a capital do país, Malabo, e abriga uma das mais importantes biodiversidades da África Central.
A riqueza natural abrange o Parque Nacional do Pico Basilé, a Reserva Científica da Caldeira de Luba e áreas marinhas, “protegendo tanto a terra como o mar” e combina a vida urbana em Malabo com comunidades rurais.
Esta classificação na Guiné Equatorial, vai promover “a conservação, o desenvolvimento sustentável e a pesquisa científica, garantindo que os primatas, florestas e legado cultural de Bioko perdurem por gerações futuras”.
Portugal, também foi incluído nesta está na lista de novos territórios classificados com a incorporação da Reserva da Biosfera da Arrábida, localizada a sul de Lisboa, com uma extensão aproximada de cerca de 200 quilómetros quadrados.
Na abertura do congresso, Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, afirmou ter a esperança que, até 2030, cada Estado-membro tenha pelo menos uma reserva.
O plano pretende “ir mais longe na proteção, na conservação e restauro de pelo menos 30% dos ecossistemas degradados até 2035”, de modo a reduzir “a pressão humana sobre a biodiversidade”.