Seixal, Junho 2024 – Tertuliar ao Sul o nome da iniciativa que congrega várias associações existentes no seio das comunidades angolanas e são-tomenses residentes no Concelho do Seixal. A iniciativa teve o objetivo de partilhar os aspectos culturais, socio-linguísticos e históricos dos países de origem com o país de acolhimento. Tudo baseado num espírito de vivência e de convivência entre as pessoas do Concelho. “Queremos congregar amigos, conhecidos, Associações à volta dos valores culturais e linguísticos”, revela Paula Esteves, dinamizadora da equipa Organizadora.
Tudo se passa como se os participantes estivessem à “sombra da mulemba”, recordando momentos passados nos países que agora ficam a muitas milhas de distância. Ainda assim, “vamos falar da terra (…) e “falar da guerra.” Paula Esteves, contextualizou e explicou a analogia da “guerra” deste modo; “não me refiro a questões bélicas mas sim, às guerras que existem entre nós” porque a organização desta iniciativa acredita que “os valores culturais residem em todos aqueles que abraçam o projeto de partilhas de conhecimentos” afirmou.
Durante o “Tertuliar ao Sul”, os participantes tiveram a oportunidade de conhecerem de perto obras de vários autores numa visão intercultural, inclusiva e integrada com a assinatura de Miguel Feio.
O escritor, nasceu em Portugal é professor Universitário e Vereador. Durante o evento aberto ao público em geral, explanou sobre a importância da interculturalidade no processo de integração de cidadãos e enalteceu a iniciativa que juntou vários líderes associativos, cidadãos residentes dentro e fora do Seixal.
Orlando Piedade, ofereceu “Escravos e Homens Livres” aos presentes que ficaram deliciados com algumas das passagens históricas plasmadas na obra do escritor são-tomense.
Rufas Santo, escritor são-tomense que também aderiu à iniciativa que deu o pontapé de saída para criar um ambiente capaz de fazer a diferença na vida das pessoas que por motivos vários, deixam os seus países de origem e escolheram vir viver para Portugal com a finalidade de cumprirem os seus objetivos de vida. No entanto, pretendem ao mesmo tempo manter os valores, hábitos, costumes prevalentes na sua cultura.
Dentro dessa lógica Paula Esteves, agradeceu os participantes pelo se contributo para que o “movimento tivesse pernas para seguir em frente.”