Bissau 23 Fev. 2025 – O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje a data de 30 de Novembro de 2025, para a realização de eleições gerais no país. O chefe de Estado, acrescentou que não vai conversar com os partidos.
O anúncio foi feito no dia em que chega a Bissau, uma delegação de alto nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). A comitiva tem o objetivo de mediar a crise política. Sissoco Embaló, completa na quinta-feira cinco anos como Presidência da República da Guiné-Bissau.
Entretanto, a coligação PAI-Terra Ranka, vencedora das últimas eleições legislativas, assinou uma declaração política com a API (Aliança Patriótica Inclusiva) e com a Frente Popular, uma plataforma que junta associações de jovens e sindicatos.
António Samba Baldé, líder do Partido Social Democrático, afirmou que “a partir do próximo dia 27, Umaro Sissoco Embaló passa a ser, para nós, ex-Presidente da República”.
As três organizações consideram que o Presidente Embaló deve deixar o seu cargo no dia em que o seu mandato completa os cinco anos previstos na Constituição do país.
A reivindicação de eleições num prazo de três meses surge no dia em que o chefe de Estado anunciou a data de 30 de Novembro, para as eleições gerais, presidenciais e legislativas, apesar de a lei eleitoral indicar o período entre 23 de Outubro e 25 de Novembro para a realização de sufrágios.
As três plataformas políticas saúdam a deslocação ao país de uma delegação da Comunidade Económica da África Ocidental (CEDEAO) e consideram que essa visita “de alto nível político” poderá contribuir para ajudar os guineenses na procura de um consenso sobre a data das eleições gerais.
Na declaração, as três plataformas comprometem-se a informar a CEDEAO da pretensão de ver restabelecida a Comissão Permanente do Parlamento, dissolvido em Dezembro de 2023.
Embora Sissoco Embaló, complete esta quinta-feira cinco anos de mandato, o Presidente entende que só deve terminar funções a 4 de Setembro, na data em que no ano de 2020, o tribunal validou os resultados das eleições presidenciais de 2019.
Recordamos que as eleições anteriormente marcadas para 24 de Novembro de 2024, foram adiadas. Sissoco Embaló, dissolveu há mais de um ano o Parlamento com uma maioria da coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e nomeou na ocasião um governo de iniciativa presidencial.